SAÚDE
Diagnóstico precoce e assertivo reflete no aumento dos casos de autismo
Foto Arquivo/O Correspondente
O Centro de Controle e Prevenção e Doenças dos Estados Unidos é referência no Brasil para acompanhamento estatístico de várias questões, inclusive quando o assunto é o Transtorno do Espectro Autista - TEA. Recentemente, o órgão divulgou que uma para cada 31 crianças tem o diagnóstico de TEA. Lisandra Sandri, coordenadora do CAS TEAcolhe destaca que em 2005 esta proporcionalidade era de 1 para cada 100. Em 2023, era de 1 a cada 36.
Segundo ela, existe um debate em torno deste crescimento, inclusive a própria equipe do CAS TEAColhe de Carazinho, que hoje possui cerca de 20 profissionais de diversas áreas da saúde, da educação e do desenvolvimento social. De acordo com Lisandra, a busca pelo diagnóstico precoce é a explicação. "Hoje conseguimos visualizar de forma mais rápida e ter acesso às políticas públicas de tratamento com mais agilidade. Não é que está aumentando, está se diagnosticando mais do que anos atrás. Além disso, conseguimos ter certeza do quadro destes pacientes, em que estágios eles estão, com testes assertivos, validados por uma equipe multiprofissionais, e assim conseguimos direcionar", comenta.
O fato de que o diagnóstico não é feito pro um profissional somente, de forma isolada, é outro ponto destacado pela coordenadora. "Você não chega a um diagnóstico com 25min de observação em um consultório é pronto. É uma equipe que consegue fazer isso de forma mais direcionada para que o sujeito tenha um atendimento adequado e um desenvolvimento promissor no futuro. Não acontece da noite para o dia, a menos que seja um caso clássico, baseado em vários fatores. E aí se investiga o nível de suporte que ele tem", salienta.
Lisandra salienta que anos atrás se levava muito tempo para conseguir diagnosticar alguém com autismo. "Em torno de 3 anos, 3 aso e meio. Hoje, por volta de um ano e meio, dois, já se observa características clássicas do autismo, um olhar que não é direcionado, a perda das características verbais, coisas que ele fazia antes e passa a não fazer mais, aspectos de regressão no desenvolvimento. É importante que a comunidade saiba que não é uma epidemia, mas uma condição social que vivemos e que poderá aumentar mais. As pesquisas apontam que poderemos chegar ao índice de 1 para cada 25 pessoas", coloca.